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Gestão da informação para políticas prioritárias no Brasil e Região

Com o objetivo de manter fortalecidas as relações institucionais da BIREME/OPAS/OMS com órgãos do Governo Federal no campo da informação científica e técnica em saúde, o Diretor João Paulo Souza realizou intercâmbios recentes, em especial com as contrapartes nacionais do Ministério da Saúde, um dos principais apoiadores institucionais da BIREME como Centro Especializado da OPAS/OMS no Brasil para a Região da América Latina e Caribe.

Avançar nos trâmites de acordos e projetos em fase final de formalização, e explorar oportunidades estratégicas para o desenvolvimento sustentado de produtos e serviços de informação também estiveram em foco considerando Termos de Cooperação estratégicos tanto para o fortalecimento institucional da BIREME quanto para atender as prioridades de informação em saúde no Brasil.

O Secretário-Executivo do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, esteve na BIREME/OPAS/OMS em São Paulo, em 20 de setembro. Em diálogo com o Diretor João Paulo e a equipe de liderança, foram discutidas as prioridades atuais do Sistema Único de Saúde (SUS) e possíveis sinergias com os produtos e serviços de informação desenvolvidos pela BIREME, de abrangência regional, e oportunidades de cooperação técnica para transformação digital, telessaúde, mapas de evidências, observatórios de indicadores e redes de informação em saúde.

O potencial de colaboração com a BIREME em iniciativas como a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e no apoio à preservação e continuidade de conteúdos digitais estratégicos, incluindo experiências acumuladas durante a pandemia, foram reconhecidos pelo Secretário-Executivo. O Diretor da BIREME ressaltou a dimensão e o impacto da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): “A BVS reúne cerca de 9 milhões de registros e alcança mais de 50 milhões de acessos anuais, consolidando-se como um dos principais instrumentos de disseminação de informação científica em saúde na Região”.

Na oportunidade, João Paulo Souza reforçou também os componentes de atuação regional e global da BIREME: “A cooperação técnica da BIREME alcança atualmente mais de 30 países, com metodologias comuns para bibliotecas virtuais, vitrines de conhecimento e mapas de evidências, que permitem comparar políticas e experiências de saúde entre países”.

Proximamente, no di 10 de outubro, está programado o lançamento do novo portal da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVS MS) desenvolvido pela BIREME/OPAS/OMS com a Coordenação-Geral de Documentação e Informação (CGDI)/Subsecretaria de Assuntos Administrativos/Secretaria Executiva do Ministério da Saúde (CGDI/SAA/SE/MS) no contexto das ações comemorativas dos 25 anos da CGDI e dos 35 anos do SUS. A virtualização das exposições do túnel do Ministério da Saúde será uma iniciativa a ser planejada e desenvolvida com o apoio da BIREME para o Ministério, acordos institucionais em curso. Além disso, novos e inovadores projetos foram discutidos em 17 de setembro, em Brasília, com João Paulo, Diretor da BIREME, Adriano Massuda, Secretário Executivo, Sinval Alan Silva, Subsecretário SAA e Eva Patrícia Lopes, Coordenadora da CGDI do Ministério da Saúde.

Também em Brasília, em 16 de setembro, na Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI), que subsidia termo de cooperação específico com a OPAS/OMS para o qual a BIREME coopera, João Paulo se reuniu com Ana Estela Haddad, Secretária da SEIDIGI, que considerou positivos os desenvolvimentos em curso dos produtos de informação “Nova Segunda Opinião Formativa (SOF)”; “Ajudas Decisionais” e “Plataforma SUS Digital”. O fortalecimento institucional e a escalabilidade de produtos foram temas também em pauta.

Na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (Secadi/ME), com a Secretária Zara Figueiredo, o Diretor da BIREME tratou sobre a possibilidade da integração de saberes tradicionais e o desenvolvimento de novas plataformas digitais de informação inclusive como ação intersetor da saúde e a educação. O encontro foi realizado em Brasília, no dia 15 de setembro.

As contrapartes nacionais concordam que os produtos e serviços de informação da BIREME são recursos estratégicos para apoiar na formulação de políticas públicas, ampliar a eficiência na implementação das ações prioritárias e tornar ainda mais efetiva e estratégica a cooperação técnica entre o Ministério da Saúde, a OPAS e a BIREME em prol do fortalecimento do SUS e do acesso à informação em saúde na Região.

Fonte: https://boletin.bireme.org/pt/2025/09/30/gestao-da-informacao-para-politicas-prioritarias-no-brasil-e-regiao/

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Acesso à informação sobre doenças crônicas não transmissíveis

A necessidade urgente de abordar a interação entre as doenças infecciosas e as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), que em conjunto representam os maiores desafios de saúde pública nas Américas, foi destacada pelo Dr. Jarbas Barbosa, Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em um evento realizado no contexto da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas em 22 de setembro de 2025: Em evento paralelo à 80ª Assembleia Geral da ONU, diretor da OPAS destaca vínculo entre doenças infecciosas e crônicas não transmissíveis

A OPAS lançou em 3 de setembro de 2025 o curso certificável Melhor Atenção às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DNTs), disponível no Campus Virtual em Saúde Pública (CVSP) no marco da Iniciativa para Melhor Atenção às DNTs.

A série é composta por cinco webinários gratuitos e certificados, que abordam temas-chave como o uso de ferramentas baseadas em evidências para o cuidado das DNTs, o impacto dos determinantes sociais, a promoção da saúde com enfoque em equidade e o tratamento de fatores de risco específicos, como inatividade física, má alimentação e tabagismo.

Coordenado pelo Departamento de Evidência e Inteligência para Ação em Saúde, o webinário de abertura teve moderação de Jonás Gonseth-García, assessor sênior da Iniciativa Melhor Atenção às DNTs, e palavras de abertura de Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis da OPAS. Em seguida, Ludovic Reveiz, chefe da Unidade de Ciência e Conhecimento para o Impacto (EIH/OPAS), apresentou recursos e ferramentas para a melhor atenção às DNTs informados por evidências.

A sessão trouxe ainda o intercâmbio de experiências práticas, como a Iniciativa HEARTS nas Américas com Andrés Rosende, consultor internacional da OPAS, e contribuições de representantes de países, como Matías Villatoro de El Salvador, e Xintia Ayala do Paraguai.

Em sua apresentação, Ludovic Reveiz ressaltou o papel de ferramentas e serviços desenvolvidos em conjunto com a BIREME – como o BIGG-REC – Recomendações GRADE, o aplicativo e-BlueInfo e o Evid@Easy – para apoiar decisões em saúde informadas por evidências e fortalecer a resposta regional frente às DNTs.

De acordo com Reveiz, “os recursos da OPAS e BIREME fortalecem decisões baseadas em evidências e ampliam a resposta regional às DNTs. São ferramentas estratégicas para gestores, profissionais de saúde e comunidades, que promovem saúde para todos. A cooperação técnica do Departamento de Evidência e Inteligência da OPAS, BIREME e redes regionais agrega valor ao contextualizar recomendações globais às realidades locais e ampliar o acesso à informação científica de qualidade”.

BIGG REC, e-BlueInfo, Evid@Easy e Vitrine do Conhecimento

O BIGG-REC é um portal de recomendações GRADE da OPAS/OMS para o ODS-3, disponível na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Reúne mais de 4.000 recomendações clínicas, de saúde pública e de políticas emitidas pelas diretrizes da OMS e da OPAS que seguem a abordagem metodológica GRADE.

A plataforma permite que profissionais e gestores encontrem orientações relevantes para suas perguntas por meio de funções avançadas de busca, filtros e organização segundo a estrutura PICO (população, intervenções, comparadores e resultados). Também possibilita explorar recomendações a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em especial o ODS-3 “Saúde e Bem-Estar”.

Seu propósito central é apoiar decisões contextualizadas em nível local, nacional e regional, facilitando a adaptação das recomendações às realidades dos sistemas de saúde. Desenvolvido em colaboração com a Fundação Epistemonikos, o BIGG-REC recebe atualizações contínuas e contribuição de desenvolvedores de diretrizes e usuários, o que garante sua relevância e expansão permanentes.

O e-BlueInfo é um aplicativo gratuito desenvolvido pela BIREME em cooperação com os Ministérios da Saúde e instituições de ensino e pesquisa de países da Região, com apoio das Representações da OPAS/OMS. Atualmente disponível para Brasil, Colômbia, El Salvador, Guatemala, Honduras, Paraguai e Peru, reúne informação produzida localmente, além de conteúdos regionais da Organização.

O aplicativo disponibiliza guias, manuais, protocolos clínicos e outras referências essenciais para a prática nos serviços de atenção à saúde, sempre aprovadas pelos Ministérios da Saúde de cada país. Integra funcionalidades que permitem buscar evidências científicas na BVS utilizando descritores do tesauro DeCS e do Código Internacional de Doenças (CID) criado pela OMS.

Os usuários também podem armazenar documentos favoritos, acessar históricos de consulta e explorar conteúdos similares disponíveis na BVS. Com essas ferramentas, o e-BlueInfo busca ainda fortalecer a alfabetização em saúde digital, ampliando o acesso dos profissionais e gestores de políticas a recursos de qualidade e apoiando o uso da informação para a ação em saúde.

O ecossistema da BIREME inclui também o Evid@Easy, ferramenta de busca guiada de evidências. Seu objetivo é facilitar o acesso à informação científica qualificada por meio de trilhas temáticas pré-definidas, com base em estratégias de busca estruturadas.

Atualmente, está organizada em torno do ODS-3, contendo trilha específica na “Meta 3.4: Reduzir mortes prematuras por DNTs”. Ao selecionar essa trilha, o usuário é conduzido a resultados da BVS, que incluem revisões sistemáticas, diretrizes clínicas e outros documentos relevantes para a prática em saúde.

Diferentemente de buscadores tradicionais, o Evid@Easy entrega estratégias validadas de recuperação de informação, poupando tempo dos usuários e garantindo maior precisão na pesquisa. Dessa forma, a ferramenta apoia profissionais, gestores e formuladores de políticas públicas no acesso ágil e contextualizado à melhor evidência disponível.

A Vitrine BVS do Conhecimento sobre o Dia Mundial do Coração reúne conteúdos estratégicos para a prevenção e o controle das doenças cardiovasculares, incluindo dados da iniciativa HEARTS nas Américas, indicadores por país, publicações técnicas, calculadoras de risco, e materiais de apoio voltados tanto para profissionais de saúde quanto para usuários dos sistemas e serviços de saúde.

A iniciativa também conecta os usuários a diversos recursos disponibilizados pela OPAS sobre o tema, incluindo guias de boas práticas que reforçam a importância da atenção primária, da adoção de hábitos saudáveis e do manejo integrado dos principais fatores de risco, como hipertensão, tabagismo e alimentação inadequada.

Como metodologia própria da BIREME para a BVS, é uma fonte de informação que centraliza evidências e ferramentas práticas, promovendo o acesso à informação confiável com objetivo de apoiar as ações regionais de promoção da saúde cardiovascular.

 

Cooperação técnica em prol da informação em ciências da saúde

A cooperação técnica da BIREME reflete o compromisso da OPAS com a construção contínua de um ecossistema de informação que conecta atores, recursos e processos. Esse trabalho fortalece redes colaborativas, amplia o impacto das políticas de saúde baseadas em evidências e promove o acesso equitativo ao conhecimento e melhores cuidados em saúde para todas as populações das Américas.

Para saber mais sobre o trabalho da OPAS nesta área, acesse o Portal Regional de Dados: Iniciativa para Melhor Atenção às Doenças Crônicas Não Transmissíveis, uma plataforma que reúne informação regional para apoiar a prevenção, o manejo, o tratamento e o controle das DNTs na atenção primária à saúde. O portal disponibiliza dados essenciais para monitorar o progresso dos países e acompanhar resultados, fortalecendo estratégias e políticas públicas voltadas a respostas mais efetivas e equitativas.

Fonte: https://boletin.bireme.org/pt/2025/09/30/acesso-a-informacao-sobre-doencas-cronicas-nao-transmissiveis/

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Telessaúde e transformação digital no Pará

Nos dias 22 e 24 de setembro, a BIREME/OPAS/OMS esteve na Ilha do Marajó, no Pará, com Verônica Abdala, Gerente de Serviços e Produtos de Informação (PSI) em coordenação com a Secretaria de Informação de Saúde Digital (SEIDIGI) do Ministério da Saúde. O objetivo foi conhecer de perto a experiência dos Núcleos de Telessaúde do Pará na oferta de telediagnósticos e teleconsultas, bem como acompanhar eventos que discutiram a transformação digital no Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado.

Telessaúde no Marajó: ampliando o acesso às populações tradicionais

Nos dias 22 e 23 de setembro, foi realizado em Soure, no Arquipélago do Marajó, o Fórum Permanente Cidadania Marajó. A iniciativa da sociedade civil organizada tem como missão promover justiça social, reduzir desigualdades e ampliar a equidade no território. O encontro reuniu atores locais e representantes de diferentes setores públicos e comunitários, com o objetivo de articular políticas nas áreas de saúde, educação, cultura, diversidade, enfrentamento à violência e proteção de crianças, adolescentes, mulheres, povos tradicionais e pessoas LGBTQIA+, reforçando a presença do Estado junto às comunidades marajoaras.

UFPA UEPA

Durante o evento, o Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal do Pará (UFPA) instalou um ambulatório temporário para oferecer atendimentos de telediagnóstico e teleconsulta em cardiologia e dermatologia. Em apenas dois dias, mais de 30 pessoas da comunidade foram beneficiadas, demonstrando na prática o potencial da telessaúde para superar barreiras de acesso em uma região marcada por grandes distâncias geográficas e limitações de infraestrutura.

Essa ação se soma ao avanço do Programa Telessaúde no Marajó, que desde fevereiro de 2025 está presente nos 17 municípios do arquipélago, graças à entrega de equipamentos de eletrocardiograma digital pelo PAC SUS. Até agosto, foram realizados mais de 4 mil laudos de ECG — um marco importante, considerando que antes apenas o município de Ponta de Pedras dispunha do recurso.

Para Verônica, Gerente PSI da BIREME/OPAS/OMS, a participação na missão proporcionou uma experiência transformadora: “Foi uma oportunidade única de perceber o impacto concreto que a telessaúde tem na vida das populações que vivem em regiões de difícil acesso. Muitas vezes não é apenas a distância que impede o cuidado, mas a ausência de médicos e de equipamentos básicos como um ECG ou um raio-X. Vivenciar isso no Marajó foi transformador”.

Seminário Saúde Digital no Pará: desafios e inovações

No dia 24 de setembro, Verônica também participou do Seminário Saúde Digital no Pará, realizado no auditório do Centro de Ciências da Saúde e Biológicas da Universidade Estadual do Pará (UEPA). O encontro reuniu gestores municipais e representantes da Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI/MS), incluindo a secretária Ana Estela Haddad, para discutir estratégias de implementação e expansão do Programa SUS Digital.

Entre os principais temas, destacaram-se a interoperabilidade entre sistemas por meio da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), a unificação de registros de usuários do SUS via CPF e a consolidação de uma governança de dados que transforme registros em informação qualificada para a gestão. O Pará foi apontado como estado-piloto para novos modelos informacionais da RNDS, incluindo Registro de Exames Laboratoriais, RAC Teleconsulta e RAC Teleinterconsulta.

Plataforma SUS Digital e visão sistêmica

As experiências vivenciadas nos dois eventos alimentam o desenvolvimento da Plataforma SUS Digital, iniciativa coordenada pela BIREME/OPAS/OMS com a SEIDIGI/MS. A plataforma funcionará como hub de informações, projetos, serviços e aplicações do Programa SUS Digital, além de aproximar cidadãos, gestores e profissionais de saúde.

Segundo Verônica Abdala: “Participar de encontros como estes é uma oportunidade de ouro para compreender a abrangência do Programa SUS Digital e as conexões entre suas diversas ações. Esse olhar sistêmico será essencialmente representado na Plataforma SUS Digital que estamos desenvolvendo”.

Produção audiovisual: histórias do Marajó

A missão também resultou na gravação de um documentário. As filmagens registraram atendimentos, depoimentos de pacientes, profissionais de saúde e gestores municipais, tanto no campus da UFPA em Soure quanto em unidades básicas de saúde e consultórios em Belém.

O material dará origem a dois documentários sobre a chegada da Telessaúde às comunidades quilombolas e ribeirinhas do Marajó, que serão publicados na Plataforma SUS Digital, reforçando a visibilidade do impacto dessas ações na vida das pessoas.

Fonte: https://boletin.bireme.org/pt/2025/09/30/telessaude-e-transformacao-digital-no-para/

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Produtos e Serviços de Informação e o uso da IA

Visando avançar no uso de Inteligência Artificial em seus produtos e serviços de informação em saúde e, simultaneamente, reafirmar seus valores institucionais, como a ética, transparência e responsabilidade, a BIREME/OPAS/OMS estabeleceu um conjunto de diretivas para orientar o desenvolvimento e a adoção de soluções baseadas em IA no âmbito do Centro.

O documento foi elaborado a partir de orientação interna da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) publicado em 2024, que estabelece princípios éticos e recomendações para o uso responsável da tecnologia, e que faz referência a publicações similares publicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS); e pela Organização das Nações Unidas (ONU). Com isso, o responsável técnico do produto a ser desenvolvido deverá assegurar cumprimento das diretivas estabelecidas pela OMS e OPAS em relação ao uso de modelos de linguagem (LLMs) para a saúde, incluindo o documento Ethics and governance of artificial intelligence for health: Guidance on large multi-modal models.

Na BIREME, a iniciativa dá sequência às ações de incorporação de IA para qualificar desenvolvimentos, priorizar rotas de inovação e impulsionar avanços em produtos e serviços. É fundamentada em governança em aspectos relevantes para o tema de IA, como a proteção de dados, validação humana, registro de versões e análises de risco, assegurando autoria responsável e transparência no uso de Inteligência Artificial.

As diretivas organizadas pela BIREME definem critérios para que o uso de IA seja transparente, seguro e alinhado com os valores da OPAS/OMS. Entre os pontos centrais, destacam-se:

  • Proteção de dados: vedada a inserção de dados sensíveis, internos ou identificáveis em plataformas externas sem garantias contratuais adequadas.
  • Validação humana obrigatória: resultados de LLMs, como ChatGPT, Gemini, Claude e Copilot, devem ser tratados como rascunhos e revisados por especialistas antes de qualquer uso institucional.
  • Documentação e rastreabilidade: cada solução deve manter histórico documentado, incluindo versões de modelos, revisões e validações realizadas.
  • Transparência no uso institucional: todo produto baseado em IA deve explicitar limitações, reforçar a necessidade de validação humana e indicar, de forma clara, quando ferramentas de IA foram utilizadas na produção de conteúdos, assegurando a verificação das fontes citadas.
  • Autoria e responsabilidade: cada solução deve identificar o(a) responsável técnico por sua criação e manutenção.
  • Avaliação de riscos: antes da adoção de qualquer solução, realizar análise de viabilidade e risco que contemple aspectos éticos, de confidencialidade, de custos e de dependência tecnológica.

Com esta iniciativa, a BIREME fortalece seu compromisso com a ética, a transparência e a responsabilidade no o uso da inteligência artificial generativa na saúde. “São diretivas que contribuem com a governança da gestão da informação e consolidam uma base institucional para a inovação responsável”, destacou Marcos Mori, líder da área de desenvolvimentos da BIREME.

Fonte: https://boletin.bireme.org/pt/2025/09/30/uso-de-ia-nos-produtos-e-servicos-na-bireme/

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Desenvolvimentos com a CGDI/MS para a gestão da informação em saúde

Em 5 de agosto aconteceu a reunião de acompanhamento do Termo de Ajuste 13/Termo de Cooperação 95 (TA13/TC95), para a BIREME/OPAS/OMS com a Coordenação-Geral de Documentação e Informação do Ministério da Saúde (CGDI/SAA/SE/MS) em coordenação com a OPAS Brasil.

O encontro teve como objetivo apresentar os avanços técnicos e estratégicos do primeiro semestre de 2025 no contexto de três Resultados Esperados (RE) e revisitar o plano de trabalho, reafirmando o compromisso conjunto de modernização, inovação e fortalecimento da gestão da informação e do conhecimento em saúde no Brasil.

Inovação em Fontes de Informação Técnico-Científicas (RE 1)

Foi destacada a consolidação do DeCS Finder IA, ferramenta baseada em inteligência artificial que sugere automaticamente descritores do tesauro DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) para a catalogação de documentos científicos. Em fase de testes avançados, a solução já está integrada a sistemas como o FI-Admin e o Annif, com foco em agilizar a indexação, garantir maior padronização e qualidade dos registros, além de apoiar centros cooperantes com equipes reduzidas.

O planejamento do uso de modelos de linguagem natural para serviços de busca e sínteses narrativas na BVS também foram destaque. Os chamados Super Resumos, que oferecem descrições curtas de documentos, já estão em aplicação em 100% da base Mosaico e 50% da LILACS, ampliando as possibilidades de acesso facilitado à informação.

Outro avanço relevante foi a entrada em operação do processo de coleta de dados do sistema SOPHIA, permitindo atualizar de forma integrada os índices da BVS MS. Em paralelo, a Rede BiblioSUS contribuiu com 1.392 documentos em apenas seis meses, reforçando a ampliação do controle bibliográfico da produção científica do SUS.

Fortalecimento da Rede BVS Brasil (RE 2)

No âmbito da Rede BVS Brasil, as atividades de capacitação avançaram com 10 encontros virtuais realizados, reunindo uma média de 170 conexões por sessão, com participação de 36 países. Os temas incluíram indexação de documentos segundo a metodologia LILACS, boas práticas editoriais em periódicos científicos e inovação em produtos e serviços de informação.

A contribuição documental da Rede também foi significativa: 715 novos registros adicionados à LILACS entre janeiro e julho de 2025, além da manutenção de uma base total de 1,191 milhão de documentos, dos quais 700 mil provenientes do Brasil, com participação ativa de 390 centros cooperantes. Já a base ColecionaSUS totaliza 39.819 registros de 124 centros cooperantes.

Entre as ações de modernização, destacou-se o lançamento do novo portal da BVS MS e o avanço na atualização das plataformas da Rede BiblioSUS e das Estações BVS, além da integração da BVS ECOS com nova interface colaborativa. A atualização cadastral de bibliotecas e centros cooperantes alcançou 310 instituições ativas em 2025.

O Encontro Nacional da Rede BVS Brasil está programado para novembro com o XXIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (SNBU 2025), em São Paulo, ocasião em que também se reconhecerá os 40 anos da LILACS.

Portal Memorial da Pandemia COVID-19 (RE 3)

O projeto do Portal Memorial da Pandemia de COVID-19 avançou de forma consistente. Realizado em cooperação técnica entre a BIREME, o Ministério da Saúde e especialistas, o portal tem como objetivo preservar e difundir acervos de documentos, entrevistas e depoimentos sobre a pandemia, transformando-os em um espaço de memória, reflexão e aprendizado coletivo.

Entre os principais resultados alcançados estão a definição do escopo, público-alvo e modelo de governança do portal; a realização de reuniões estratégicas e visitas técnicas, incluindo ao Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP); e o mapeamento inicial das coleções que irão compor o acervo. Neste processo, foram elaboradas as orientações para a curadoria e a preservação digital dos conteúdos.

No campo tecnológico, destacam-se a instalação e configuração das plataformas Archivematica e Tainacan, que serão responsáveis pela preservação e publicação dos conteúdos do portal. O desenvolvimento do site também avançou com a aplicação de dinâmicas centradas no usuário (UX Design), das quais resultaram uma proposta inicial de menu, um protótipo conceitual em baixa fidelidade e diretrizes de usabilidade que orientarão a organização temática, a navegação e a experiência de uso.

As ações de comunicação começaram a ganhar corpo com a divulgação de conteúdos multilíngues, a integração das equipes por meio de canais colaborativos e a publicação de matérias no Boletim BIREME de mais canais de comunicação da OPAS/OMS. Essas iniciativas vêm ampliando a visibilidade do projeto e fortalecendo a troca de informação e o acompanhamento dos avanços pelas instituições parceiras.

Perspectivas

Ao final do encontro, as equipes reconheceram que os avanços só foram possíveis graças ao diálogo contínuo e ao trabalho integrado entre BIREME, CGDI/MS e especialistas. A expectativa é que o segundo semestre de 2025 seja marcado por novos marcos de cooperação, consolidando tanto a modernização das fontes de informação quanto a criação de espaços inovadores de memória coletiva e de fortalecimento em rede.

Fonte: https://boletin.bireme.org/pt/2025/08/29/desenvolvimentos-com-a-cgdi-ms-para-a-gestao-da-informacao-em-saude/

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Avanços na construção da BVS dos Povos Indígenas

No mês em que se celebra o Dia Internacional dos Povos Indígenas, a BIREME/OPAS/OMS, em cooperação com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS), dá continuidade às ações do 93º Termo de Cooperação Técnica (TC93). O acordo busca promover o fortalecimento da gestão da informação e do conhecimento em saúde indígena, com ênfase na ampliação da transparência e a disseminação de conteúdo científico e técnico voltados aos povos originários do Brasil. Esta cooperação tem se consolidado como um marco estratégico, apoiando políticas públicas, práticas de cuidado e iniciativas de pesquisa que impactam diretamente a saúde das comunidades indígenas no Brasil.

Entre os principais resultados esperados está a criação da Biblioteca Virtual em Saúde dos Povos Indígenas, instância temática do Modelo BVS, atualmente em desenvolvimento, e tem como propósito reunir, organizar e disseminar informação qualificada sobre saúde indígena, incluindo documentos técnicos e científicos, relatórios, publicações institucionais e materiais de referência relacionados ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Também estão previstas a disponibilização de Vitrines do Conhecimento voltadas à disseminação facilitada de informação sobre temas prioritários, e uma Linha do Tempo do SasiSUS, que apresentará marcos e momentos históricos do Subsistema, contribuindo para a preservação da memória institucional e o acesso ao conhecimento.

Como avanços já alcançados, destaca-se a indexação de conteúdo estratégico selecionado e organizado segundo critérios de governança bibliográfica e gestão da informação. “Este processo incluiu a análise e sistematização de relatórios, publicações técnicas e outros documentos produzidos no âmbito da saúde indígena, assegurando sua disponibilidade futura em um formato padronizado e de fácil acesso”, destaca a bibliotecária Angélica de Paula, ponto focal do projeto na BIREME. Além disso, a iniciativa foi pensada para atender às necessidades das equipes de saúde que atuam nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), que enfrentam diariamente o desafio de dispor de informação atualizada e confiável para apoiar suas ações de cuidado e gestão em saúde junto às comunidades indígenas.

O projeto contempla ainda a organização de coleções temáticas, a construção de recursos digitais de apoio à decisão e a integração de diferentes tipos de fontes de informação, de forma a consolidar a BVS dos Povos Indígenas como um repositório estruturado e confiável. Para além da sistematização da coleção, prevê-se a adoção de processos colaborativos que assegurem a atualização contínua do portal e incentivem o uso da informação por seus diferentes públicos. O lançamento oficial está previsto para outubro de 2025, quando o Portal da BVS e sua coleção de fontes de informação, como vitrines, linha do tempo e base de dados Memória SasiSUS, serão apresentados publicamente como espaços de referência para a disseminação e o uso da informação em saúde indígena.

A SESAI, por meio da Coordenação Geral de Gestão do Conhecimento, da Informação, da Avaliação e do Monitoramento da Saúde Indígena (CGCOIM), ressaltou a importância da parceria com a BIREME, destacando que essa iniciativa fortalece o acesso a informações qualificadas sobre a saúde indígena. “Para a SESAI/CGCOIM, a criação da Biblioteca Virtual em Saúde dos Povos Indígenas constitui um marco histórico na valorização dos saberes tradicionais e na promoção de políticas públicas mais eficazes e culturalmente sensíveis. Ter sua própria Biblioteca Virtual representa para a SESAI não apenas um espaço de memória e de registro institucional, mas também uma plataforma que possibilita à sociedade acessar a história e a diversidade dos povos indígenas. Essa ação coletiva é considerada estratégica para ampliar a visibilidade das práticas de saúde nos territórios indígenas e para consolidar a memória institucional da SESAI”, afirmou Maial Paiakan Kaiapó, Coordenadora da CGCOIM.

Com esta cooperação, a SESAI e a BIREME/OPAS/OMS reafirmam o compromisso de contribuir para a equidade em saúde e de ampliar o acesso à informação de qualidade, reconhecendo e valorizando a diversidade cultural e as especificidades dos povos indígenas no Brasil. A BVS dos Povos Indígenas representa um passo importante para dar maior visibilidade às ações e estratégias do SasiSUS, fortalecendo a informação como insumo fundamental para a tomada de decisão, a produção de conhecimento e a garantia do direito à saúde destas populações.

Fonte: https://boletin.bireme.org/pt/2025/08/29/avancos-na-construcao-da-bvs-dos-povos-indigenas/

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Publicação da OMS destaca uso da IA em Medicina Tradicional

A recente publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a União Internacional de Telecomunicações (UIT) e a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), destaca o uso emergente da inteligência artificial (IA) em práticas de saúde tradicionais em todo o mundo. Intitulado Mapping the application of artificial intelligence in traditional medicine: technical brief (11 julho de 2025), o documento reconhece a contribuição da BIREME/OPAS/OMS ao mencionar a Biblioteca Virtual em Saúde sobre Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas nas Américas (BVS MTCI Américas) como referência de aplicação de IA voltada à gestão e disseminação do conhecimento técnico e científico na área.

Desenvolvida e coordenada pela BIREME com apoio do Ministério da Saúde do Brasil e da Rede MTCI Américas, a BVS MTCI Américas é uma plataforma regional que reúne conteúdos científicos, educacionais e técnicos sobre práticas de saúde tradicionais e integrativas, como Ayurveda, fitoterapia, medicina tradicional chinesa, práticas indígenas, entre outras. Segundo o novo documento da OMS, a aplicação de IA na biblioteca tem sido utilizada para acelerar o processo de descrição bibliográfica e facilitar a identificação de termos relevantes, contribuindo para a melhoria da organização e recuperação da informação.

Modelo regional de inovação em bibliotecas digitais

A BIREME tem atualizado sua missão institucional com base na inovação tecnológica e na transformação digital, conforme definida em sua Estratégia 2023-2025. As bibliotecas virtuais desenvolvidas pela cooperação técnica do Centro têm utilizado ferramentas baseadas em IA e metodologias como o DeCS e os fluxos da LILACS para ampliar o alcance e a usabilidade do conhecimento tradicional em saúde, marcas registradas da BIREME ao longo de sua trajetória.

A menção da BIREME na publicação técnica da OMS ocorre em meio a uma série de iniciativas institucionais que vêm promovendo o uso responsável e ético da inteligência artificial no contexto da saúde pública e das medicinas tradicionais, como, por exemplo, a série de webinários explicativos sobre o tema, realizadas no âmbito do Programa de Fortalecimento das Redes de Informação em Saúde na América Latina e Caribe. Em 2025, a BIREME participou ativamente da Consulta Regional para Priorização de Pesquisa em MTCI promovida pela OPAS e da construção da Biblioteca Global de Medicinas Tradicionais da OMS, também citada como referência no documento.

IA como aliada da equidade no acesso à informação

A publicação técnica da OMS chama a atenção para o potencial da IA no avanço das práticas tradicionais de saúde – especialmente na preservação de saberes ancestrais, ampliação do acesso à informação, apoio à decisão clínica e ao desenho de políticas públicas baseadas em evidências. Ao mesmo tempo, alerta para desafios como o respeito à soberania de dados, a proteção contra biopirataria e o fortalecimento da infraestrutura digital em países de baixa e média renda.

A experiência da BIREME com a BVS MTCI Américas mostra que é possível integrar inovação tecnológica e valorização do conhecimento tradicional de forma ética, sustentável e colaborativa, alinhando-se às diretrizes da Estratégia da OMS para MTCI e aos princípios da transformação digital dos sistemas de saúde.

Outras iniciativas da BIREME com IA para medicina tradicional

Além da BVS MTCI Américas, outras iniciativas coordenadas pela BIREME também vêm aplicando a inteligência artificial na gestão e disseminação do conhecimento sobre medicinas tradicionais. Entre elas, destaca-se a atuação do Centro no desenvolvimento e curadoria da Biblioteca Global de Medicinas Tradicionais da OMS, ou TMGL, na sigla em inglês para Traditional Medicine Global Library.

No primeiro semestre de 2025, a TMGL implementou o TMGL GPT Modeler, um assistente conversacional baseado em IA, que já está incorporado à homepage da plataforma. Esta entrega responde diretamente ao propósito fundamental da TMGL: oferecer um ambiente digital inovador que preserve, valorize e articule saberes tradicionais, complementares, indígenas e ancestrais à saúde pública global.

A implementação do assistente GPT, segundo comenta Mirelys Puerta Díaz, bibliotecária da BIREME e gestora da TMGL, reflete o compromisso do produto com a educação, acessibilidade e diálogo pluriepistêmico, permitindo que usuários explorem conteúdos complexos com suporte em linguagem natural e de forma intuitiva, sem interromper sua navegação na plataforma.

A iniciativa, conceptualizada e coordenada pelo Diretor da BIREME, João Paulo Souza, foi integrada em maio com foco na usabilidade, inclusão digital e alinhamento com a Estratégia Global da OMS sobre Medicina Tradicional 2025-2034 e à Declaração de Gujarat. O recurso contribui para transformar a TMGL em um ponto de encontro digital entre sistemas de conhecimento, apoiando tanto formuladores de políticas quanto pesquisadores, profissionais de saúde e comunidades.

Paralelamente, durante o semestre passado foi consolidada a geração automatizada de Super Resumos temáticos de registros bibliográficos, sob liderança técnica de Francisco Barbosa Junior, especialista de Inteligência Artificial da BIREME. Atualmente, estão disponíveis 677 registros com Super Resumos das bases LILACS e MTCI, acessíveis por meio do aplicativo “interface de busca integrada” (IAHx) da TMGL. Esta funcionalidade acelera e aprimora a busca e compreensão de conteúdos complexos em saúde tradicional, contribuindo para uma TMGL mais inteligente, acessível e às necessidades dos usuários.

Fonte: https://boletin.bireme.org/pt/2025/08/29/publicacao-da-oms-destaca-uso-da-ia-em-medicina-tradicional/

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Projetos cooperam com a transformação digital no SUS

O primeiro semestre de 2025 marcou um período de avanços para três iniciativas estratégicas, desenvolvidas no âmbito do termo de cooperação técnica TC157, conduzido pela BIREME/OPAS/OMS em parceria com a Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI/MS): a Plataforma SUS Digital, as Ajudas Decisionais (AD) e a Segunda Opinião Formativa (SOF). Estas ações combinam inovação tecnológica, metodologias participativas e integração de serviços que contribuem para a transformação digital do SUS.

Plataforma SUS Digital

O desenvolvimento da Plataforma SUS Digital avançou em sua concepção e estrutura, representadas em um protótipo, que foi submetido a uma pesquisa de usabilidade com os participantes do 38º Congresso do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), realizado em Belo Horizonte, MG, visando um alinhamento das expectativas e necessidades dos usuários.

Além disso, foi realizada uma oficina no dia 23 de julho para desenhar os fluxos e processos de construção e atualização das seções da Plataforma. Nesta oficina também foram revisados a arquitetura, o design e a linguagem dos textos de apresentação dos produtos e seções da Plataforma com base no protótipo.

Com a colaboração das equipes da SEIDIGI, foi iniciado o inventário de produtos, serviços, documentos e materiais relacionados ao SUS Digital, o que permitiu a definição da taxonomia e configuração do sistema de gestão de conteúdo para o Repositório, que inclui a descrição e indexação de diferentes tipos de conteúdo (multimídia, publicações, ferramentas, aplicativos, sites, recursos educacionais, notícias, relatos de experiências etc.). Também foi iniciado o registro de 264 iniciativas apresentadas no primeiro Seminário de Transformação Digital no SUS, que aconteceu em novembro de 2024.

Para as seções da plataforma dedicadas a destacar experiências, relatos e perspectivas de diferentes atores do sistema de saúde – “Histórias de Transformação do SUS” e “Vozes do SUS” – está em curso a prova de conceito e validação de templates a partir de dois temas-piloto: Telessaúde no Complexo da Maré e Telessaúde em territórios indígenas e quilombolas.

Estas iniciativas reforçam o papel da Plataforma SUS Digital como um espaço vivo de valorização e compartilhamento de práticas digitais transformadoras no sistema de saúde brasileiro, além de ser um grande hub das ações, iniciativas, redes, projetos, produtos e serviços relacionados ao Programa SUS Digital.

“Há um grande acervo de dados, documentos e experiências que está disponível para ser transformado em conteúdo indexado e disponibilizado na Plataforma SUS Digital, contribuindo não apenas para a comunicação e disseminação, mas também para o registro e a preservação da história, bem como para a ampliação do acesso e uso dos serviços de telessaúde pelas populações mais vulneráveis do Brasil”, destacou Verônica Abdala, gerente de Produtos e Serviços de Informação, à frente do projeto na BIREME.

Figuras do protótipo da plataforma.

Ajudas Decisionais

Ajudas Decisionais (AD) são instrumentos que auxiliam na tomada de decisões em saúde, facilitando que usuários da saúde e provedores de cuidado façam decisões informadas e compartilhadas. O projeto para o desenvolvimento das AD no âmbito do SUS registra avanços importantes, como sua estruturação institucional, definição metodológica e a construção colaborativa dos primeiros protótipos de AD.

Foram conformados o Comitê Diretor e o Comitê Científico e Técnico, realizados intercâmbios nacionais e internacionais, e concluído o mapeamento das AD existentes. Também foi elaborada a primeira versão do Procedimento Operacional Padrão (POP) e desenvolvidos frameworks para orientar a construção dos protótipos.

Quatro protótipos de AD foram desenvolvidos de forma colaborativa, envolvendo a definição das áreas temáticas, a formação de equipes de especialistas, a condução de buscas para revisão sistemática e a realização de entrevistas e grupos focais com usuários do sistema e serviços de saúde.

As temáticas contemplam: métodos contraceptivos para mulheres adultas; métodos contraceptivos para adolescentes; reposição hormonal na menopausa; e vias de parto. Os protótipos, consolidados em formato PDF, encontram-se em fase final de revisão para aplicação do “teste alpha” – etapa que avaliará a clareza, compreensão e viabilidade de uso das AD, tanto pela perspectiva de pacientes quanto de profissionais de saúde.

Em julho, em Brasília, foi realizada a segunda oficina de cocriação para a consolidação das AD, reunindo especialistas, gestores e representantes de movimentos sociais. O encontro validou a metodologia, a estrutura e a fundamentação científica das AD, além de definir o planejamento para o teste alpha. Paralelamente, avançou-se na criação do Portal das AD, que será integrado à Plataforma SUS Digital, ampliando o alcance, a usabilidade e a visibilidade do produto.

Figuras das versões preliminares do portal e das ajudas decisionais.

Segunda Opinião Formativa

O projeto Segunda Opinião Formativa (SOF) avançou de forma significativa, consolidando etapas estratégicas e institucionais para a atualização do serviço. Foi constituído o Comitê Diretor, realizado o levantamento de requisitos e desenvolvida a primeira versão do sistema de gestão de SOF em plataforma provisória (REDCap). Foram revisados e atualizados o template de SOF e o fluxo de trabalho, além da realização de um teste de conceito envolvendo seis núcleos de telessaúde e treze profissionais.

Também foi promovida uma oficina de cocriação para a nova SOF, voltada à definição de processos operacionais e à migração do banco de dados com mais de 1.700 SOF para o sistema no REDCap, já com as funcionalidades de submissão, revisão e publicação implementadas. Está em desenvolvimento a versão 2 do sistema de gestão (SOFNet) e do novo portal das SOF integrado à Plataforma SUS Digital, além da criação de um protótipo de interface para integração com aplicativo de mensagens instantâneas.

Os próximos passos incluem a definição do fluxo de produção de SOF com diferentes vias de entrada e com expansão da rede de colaboradores para criação, revisão e atualização de SOF e a disponibilização da versão 2.0 do sistema, com funcionalidades completas.

Figuras do sistema provisório e do protótipo da nova versão (SOFNet).

Fonte: https://boletin.bireme.org/pt/2025/08/29/projetos-cooperam-com-a-transformacao-digital-no-sus/

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Webinários para as Redes de Informação em Saúde na Região

As Redes de Informação em Saúde são essenciais para fortalecer e ampliar o trabalho realizado pela BIREME em prol da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), da base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), do tesauro multilíngue Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), e de todas as fontes de informação que contribuem para a democratização do acesso e para a visibilidade do conhecimento científico em saúde nos países da América Latina e Caribe (AL&C).

O Programa Fortalecimento das Redes de Informação em Saúde na AL&C tem como objetivo fomentar a troca de experiências, disseminar boas práticas e promover a inovação em gestão e uso da informação em saúde. Realizado regularmente desde 2020, neste ano, o calendário de encontros prevê 26 sessões organizadas em quatro eixos temáticos: Boas práticas nos processos editoriais de periódicos LILACS; Inovação em produtos e serviços de informação; Indexação de documentos segundo a Metodologia LILACS; Acesso e uso da informação.

Desde o ano de 2024, o programa inclui sessões especialmente dedicadas para os países do Caribe que têm o inglês como idioma oficial, com quatro sessões realizadas em coordenação com a Rede MedCarib. Outro destaque na programação do ano é a celebração dos 40 anos da LILACS, com evento a ser realizado em 30 de outubro.

Primeiras 14 sessões: inovação, ética e inteligência artificial

Até o momento foram realizados 14 webinários com total de 2.537 participantes de 36 países e média de 181 participantes. As sessões reuniram especialistas, editores científicos, bibliotecários e pesquisadores de diferentes países. Os debates abrangeram desde os fundamentos técnicos da indexação temática até os desafios éticos e práticos do uso de inteligência artificial (IA) em saúde.

Entre os temas abordados, destacaram-se:

  • Inovação em produtos e serviços de informação: lançamentos e atualizações do DeCS 2025, novas funcionalidades de ferramentas como o DeCS Finder AI e os Super Resumos, além de debates sobre o papel estratégico da BVS.
  • Ética e integridade editorial: sessões sobre retratação, prevenção de práticas predatórias e lições aprendidas com a gestão editorial de periódicos científicos.
  • Indexação de documentos: fundamentos, atualizações metodológicas e uso de IA para aprimorar a organização da informação científica.
  • Aplicações da IA na saúde: reflexões sobre ética, eficiência e responsabilidade no uso de algoritmos em pesquisas, serviços bibliotecários e revisões sistemáticas.

As atividades contaram com a participação de especialistas convidados de países como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México, além de representantes da própria BIREME/OPAS/OMS. Ao todo, 19 palestrantes compartilharam suas experiências e perspectivas ao longo dos webinários. Abaixo, as imagens mostram o número de participantes por sessão e a distribuição de participantes por país.

Programação até dezembro e acesso às gravações

A agenda segue até o fim de 2025 com outras 11 sessões previstas, aprofundando a reflexão sobre os quatro eixos temáticos. As atividades continuarão reunindo atores estratégicos das redes regionais, fortalecendo a cooperação técnica e a circulação de conhecimento em saúde.

As gravações e as apresentações dos palestrantes convidados estão disponíveis no Portal da Rede BVS. E para quem perdeu alguma sessão ou deseja rever as apresentações, todas as gravações estão disponíveis em uma playlist no canal PAHOTV no YouTube.

Fonte: https://boletin.bireme.org/pt/2025/08/29/webinarios-para-as-redes-de-informacao-em-saude-na-regiao/

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Painel destaca capital humano e institucional

A transformação digital da BIREME agora está também ilustrada no seu painel de entrada: para celebrar a trajetória e os novos rumos do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME/OPAS/OMS), o hall de entrada ganhou um novo painel institucional.

A arte, resultado de um processo colaborativo com as lideranças e equipes, destaca a evolução digital da BIREME e sua missão de promover o acesso equitativo à informação técnica e científica em saúde. Mais do que um painel ilustrativo, a instalação transforma o espaço físico em um ponto de contato com a história, as conquistas e a perspectiva de futuro do Centro.

Inaugurado em junho de 2025, a cerimônia de lançamento foi realizada com a participação da equipe da BIREME, e conduzida pelo diretor João Paulo Souza, com a participação de Geetha Krishnan Pillai, chefe da Unidade de Pesquisa e Evidência do Centro Global de Medicina Tradicional da Organização Mundial da Saúde (WHO GTMC, por sua sigla em inglês), que na ocasião participava de evento Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em São Paulo, e de Sebastián García Saisó, diretor do Departamento Evidência e Inteligência para Ação em Saúde (EIH) via conexão remota.

Projeto gráfico valoriza pessoas, produtos e alianças

O novo painel privilegia, de forma inédita, a presença dos produtos e serviços desenvolvidos pela BIREME ao longo de sua história. Uma linha do tempo central evidencia marcos como a criação da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), e outros recursos de informação desenvolvidos para aplicação na área da saúde, ressaltando como a evolução tecnológica e a transformação digital permeiam o histórico de desenvolvimentos e as iniciativas do Centro.

O projeto gráfico também coloca em destaque as pessoas e equipes que constroem diariamente o legado da BIREME, representadas nas fotos coletivas do time ao longo das décadas. “É um tributo à dedicação dos profissionais que viabilizam a missão do Centro”, enfatizou o diretor.

Outro destaque importante é a rede de parceiros e sócios institucionais. Com seus nomes em uma nuvem de palavras, são homenageadas organizações nacionais, internacionais e regionais, comunicando a diversidade e magnitude da cooperação técnica. Este espaço evidencia o valor que a articulação em rede tem para a BIREME, e a relevância do trabalho colaborativo desenvolvido ao longo das décadas com centenas de instituições. “São instituições que constroem, junto com a BIREME, uma série de soluções inovadoras para apoiar a tradução do conhecimento em práticas de saúde”.

O painel da BIREME coopera, portanto, com o engajamento do seu pessoal e sócios institucionais quando se reconhecem no processo contínuo de implementação da missão da BIREME ao longo dos seus 58 anos em prol do acesso à informação em saúde, mencionou Silvia de Valentin, Administradora da BIREME.

Evolução tecnológica em destaque

O novo painel foi projeto para comunicar múltiplas camadas de sentidos, integrando a história da BIREME – por meio de seus produtos e serviços de informação – com a evolução das tecnologias próprias deste campo:

  • Linha do tempo de produtos e serviços: da criação da BIREME, em 1967, às mais recentes inovações digitais, a trajetória institucional é marcada por lançamentos pioneiros e avanços em prol do acesso à informação. O futuro também está representado na composição visual, indicando que os recursos de informação produzidos pelo Centro seguirão orientados pelas agendas da saúde e do desenvolvimento humano sustentável, em seus grandes marcos projetados para os anos 2030, 2040 e 2050.
  • Evolução das tecnologias de informação e comunicação: elementos gráficos como telefones, computadores, redes digitais e hexágonos conectados ilustram a transformação dos suportes e plataformas de informação e comunicação, desde as bibliotecas de conteúdo impresso e analógico, até os mais contemporâneos recursos digitais.
  • Missão institucional: a missão da BIREME também está inserida no projeto gráfico, com um texto que foi selecionado por toda a equipe como o mais representativo de sua atuação: “Promover saúde facilitando o acesso e o uso da informação científica e técnica para a ação em saúde.”
  • Homenagem à equipe: duas fotografias históricas dos colaboradores foram selecionadas para ilustrar e valorizar a dimensão humana. À esquerda, vê-se registro feito na antiga sede da BIREME, na década de 2000; e à direita, a equipe em 2023, já no atual escritório, com a presença do Dr. Jarbas Barbosa durante sua primeira visita a São Paulo como Diretor da
  • Parceiros e presença regional: um mapa destaca a atuação da BIREME em toda a América Latina e Caribe, refletindo o alcance regional de suas ações. Parceiros e sócios institucionais são apresentados em destaque, valorizando o reconhecimento ao trabalho conjunto e à cooperação técnica.

Uma experiência para a equipe e visitantes

O painel do hall de entrada não apenas celebra o passado e o presente, mas convida visitantes, parceiros e a própria equipe a vivenciar o espírito inovador da BIREME. Em imagens e palavras, expressa o compromisso contínuo com a cooperação regional e com a promoção do acesso à informação científica e técnica em saúde. Assim, cada pessoa que entra no escritório da BIREME encontra um convite à memória institucional, ao reconhecimento histórico e à construção coletiva de um futuro projetado para seguir rumo ao acesso universal à informação em saúde. “Este painel traduz em imagem o que somos em essência: uma comunidade comprometida com a inovação, o trabalho em rede e a missão de ampliar o acesso à informação em saúde. Ele celebra nossa história e projeta nosso futuro”, conclui o diretor.

Fonte: https://boletin.bireme.org/pt/2025/07/31/painel-da-bireme-destaca-o-seu-capital-humano-e-institucional/